Estudo aponta melhora no desempenho de alunos após
o banimento de celulares em escolas
Realizada em colégios ingleses, pesquisa mostra que proibição dos
dispositivos na sala de aula melhorou as notas de alguns estudantes em até 6%
POR O GLOBO
13/05/2015 8:40 / ATUALIZADO 13/05/2015
8:53
Smartphone na sala de aula: distração para alunos com notas menores,
aponta estudo - Paula Giolito / Agência O Globo
RIO — Um estudo conduzido por pesquisadores das Universidades do Texas e
de Louisiana a respeito das políticas de uso de aparelhos celulares em quatro
cidades inglesas aponta que as escolas que baniram os dispositivos registraram
uma melhora de até 6% nas notas dos seus alunos.
O levantamento batizado de "Tecnologia, distração e o desempenho de
estudantes" analisou o desempenho dos estudantes desde 2001, antes e
depois da proibição dos aparelhos nas escolas, em Birmingham, Londres,
Leicester e Manchester, combinou esses dados com as informações sobre o
desempenho dos jovens em exames nacionais externos.
Depois que os celulares foram proibidos, os estudantes na faixa etária
de 16 anos tiveram um desempenho 6,4% maior que o desvio padrão, o que, de
acordo com os pesquisadores, corresponde à adição de o equivalente a uma hora a
mais de estudos na escola por semana, ou "cinco dias de escola por
ano".
De acordo com Richard Murphy, professor assistente de Economia da
Universidade do Texas, e Louis-Philippe Beland, professor da Universidade do Estado
de Louisiana, autores do estudo, os resultados da pesquisa podem ser
semelhantes nos EUA, onde 73% dos adolescentes têm um telefone celular — no
Reino Unido, em 2012, esse percentual era de 90,3%. Os pesquisadores, no
entanto, fazem uma ressalva quanto às conclusões do estudo.
"É importante notar que esses ganhos (nas notas) são proeminantes
entre aqueles que têm notas menores, e que mudanças na política que permite
celulares em escolas tem o potencial de exacerbar as desigualdades de
aprendizagem", escreveram eles em um artigo no site The Conversation.
Eles afirmam que, enquanto o ganho observado em estudantes com notas
menores foi o dobro do que aqueles com notas médias, o banimento de celulares
não teve nenhum efeito entre os estudantes com notas maiores, e nem nos alunos
na faixa etária de 14 anos — que tendem a usar menos os celulares.
Em 2001, quando o estudo foi iniciado, nenhuma das escolas analisadas
havia banido aparelhos celulares das salas de aula. No entanto, em 2007, as
instituições que passaram a proibir os dispositivos aumentou para 50% e, em
2012, para 98%.
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