Desenvolvi recentemente um artigo denominado "O papel do Orientador Educacional frente às novas tecnologias" pela Faculdade Faiara de Goiás. Esse projeto foi muito apreciado pelo grupo Santillana, mais precisamente pelo sistema Uno de Ensino. Tive a oportunidade, por duas vezes esse ano, durante um processo maravilhoso que ocorreu em Belo Horizonte e São Paulo, de falar sobre isso. Foi muito gratificante para mim ver esse esforço valorizado. O sistema Uno prega o uso de tecnologia em sala de aula e fornece várias ferramentas para o docente e para o aluno trabalharem, além de coaching para orientar o corpo pedagógico das escolas. Pertencem ao grupo Santillana, além do sistema Uno outras grandes empresas, tais como: Editora Moderna, Salamandra, Editora Objetiva, Richmond entre outras. É uma multinacional muito importante na educação.
Uma coisa percebida é que os professores ainda têm certo medo da tecnologia e do que ela pode causar à profissão. Além de tudo, o professor tem receio de utilizar a tecnologia frente aos alunos que já nasceram na chamada era da informação. Percebe-se que as antigas práticas trazem conforto aos docentes que, tendo em vista a desvalorização que sofrem, seja por baixos salários ou pela perda do status, pois a desvalorização docente abrange vários níveis, preferem manter as coisas como estão. O problema é que o atual sistema de ensino não funciona como deveria. Os tempos mudaram e os alunos também. Antes, baseado em estudos de Piaget, o tempo de atenção dos alunos variava em torno de 50 minutos. Motivo pelo qual as aulas, ainda hoje, são divididas nesse mesmo tempo. Hoje em dia, pasmem, pesquisas realizadas apontam que esse tempo diminuiu para 6 minutos. Motivo pelo qual os blocos de programas infantis são divididos nesse tempo. E a escola? A escola não acompanhou essas mudanças e, ao contrário, prega o não uso da utilização de recursos modernos, o que entedia alunos acostumados à velocidade com a qual se obtém as informações hoje em dia.
A escola, o posicionamento docente frente às NTICS devem mudar. O professor preparado não tem medo das informações adquiridas pelos alunos de forma autodidata. Ao contrário, deveria estimular o comportamento. Esse é um dos pilares da educação: Aprender a Aprender. Mas será que isso é interessante para o professor ligado às técnicas de uma educação arcaica, na qual se repete as coisas e espera-se que os alunos simplesmente assimilem? É interessante para o professor perder a condição de centro da informação? Esse mesmo professor já é suficientemente desvalorizado em seu ordenado ou em suas funções pela sociedade e pela própria escola. O temor de uma nova desvalorização é notório. Mas não há, nunca houve nem haverá educação sem o professor. O professor preparado, que deve dar, aos seus alunos, o direcionamento correto. Afinal, em um universo de informações há boas e más fontes. Há informações verdadeiras e falsas. O que o professor não pode é se isolar e fingir que a nova era da informação não chegou e que suas aulas, gostem os alunos ou não, representam a verdade absoluta do universo.
O grande desafio do docente hoje em dia seria fazer com que seus alunos, acostumados às grandes distrações proporcionadas pelas diversas mídias, ao saírem da escola, recorressem aos seus ensinamentos espontaneamente. Mas para isso, o aluno precisa ser encorajado, não apenas por livros didáticos, mas por atividades que proporcionem o prazer em estudar e que tragam desafios reais.
Professor Leandro Nepomuceno
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